O Departamento de Estado norte-americano publicou, recentemente, os nomes de alguns líderes do Estado Islâmico a nível de África. Entre eles, consta o nome da figura que, supostamente, comanda o grupo que promove acções terroristas há sensivelmente quatro anos em Cabo Delgado, e que terá coordenado pessoalmente os ataques do dia 24 de Março, que ditaram a saída da Total da Península de Afungi, no distrito de Palma.
Texto: Dossiers & Factos
Trata-se de Bonomade Machude Omar, também conhecido como Abu Sulayfa Muhammad e Ibn Omar. De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, Omar coordena Assuntos Militares e Externos do ISIS-Moçambique e actua como comandante sénior e coordenador principal de todos os ataques realizados pelo grupo no norte de Moçambique, bem como facilitador principal e canal de comunicação para o grupo.
“Durante o ataque de Março de 2021 a Palma, Omar liderou o ataque ao Hotel Amarula. Omar foi responsável por ataques na província de Cabo Delgado, em Moçambique, e na região de Mtwara, na Tanzânia”, revela uma nota assinada pelo secretário de Estado norte-americano, Antony J. Blinken.
Blinken revela igualmente os nomes dos líderes do ISIS em outros países africanos. São eles Sidanag Hitta e Salem ouldBreihmatt (Mali, sendo que o segundo também faz supervisão em Burkina Faso), Ali Mohamed Rage e Abdikadir Mohamed Abdikadir (Quénia e Somália).
O governo dos Estados Unidos anunciou, igualmente, sanções sobre os alegados cabecilhas. “Todos os bens e interesses sobre os bens desses indivíduos devem ser bloqueados e informados ao Departamento de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro. Além disso, as pessoas que participam de certas transações com as pessoas designadas hoje podem estar expostas à designação. Além disso, qualquer instituição financeira estrangeira que, conscientemente, facilite uma transação financeira significativa ou forneça serviços financeiros significativos para as pessoas designadas hoje pode estar sujeita a contas de correspondente nos Estados Unidos ou a pagar por meio de sanções na conta”, determina Antony Blinken.
Os Estados Unidos dizem estar empenhados em interromper os métodos de financiamento do ISIS-Moçambique, JNIM e al-Shabaab, “limitando suas habilidades para conduzir novos ataques contra civis e apoiar nossos parceiros nos esforços para interromper financiamento do terrorismo”. Reiteram que combater o terrorismo “exigirá trabalhar em estreita colaboração com nossos parceiros para degradar a capacidade e as operações desses grupos terroristas, combatendo seu controle e influência no oeste, leste e sul da África”.
Recorde-se que foi em Março deste ano que os Estados Unidos incluíram os insurgentes na sua lista do terrorismo global.
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