
Foram feitas a ré Angela Leão 133 questões, sendo 80 do Ministério Público e 53 do assistente (Ordem dos Advogados). Muitas tiveram como resposta: “Não vou responder” ou então que não conhecia a pessoa ou assunto.
“Porque a digna Magistrada perguntou quem é que me estava a representar neste negócio e eu disse que não queria responder… Problema é que do jeito que fala a digna Magistrada, já aparece com toda a certeza (como quem diz) ‘já (te) apanhei'”, referiu a ré de forma descontraída.
No entanto, o Ministério Público manteve-se consistente apresentado sempre evidências que obrigavam a ré a falar, acabando por entrar em contradições com as provas e com intervenções do réu Fabião Mabunda, que a representava em negócios de construção e compra de imóveis.
“Mas eu apresento factos, que fique muito claro senhora Angela.”, esclareceu a Procuradora Sheila.
Essencialmente o Ministério Público pretendia compreender o circuito distorcido e informal em que circulava o dinheiro que a ré é acusada de ter se beneficiado no rombo e compreender as origens do enorme património da ré.
Angela Leão movimentava grandes somas em numerário. Passou valores para familiares, comprou imóveis, transferiu somas para às empresas de sua pertença, entre outras operações.
“Os meus imóveis foram pagos com meu dinheiro e não da Previnvest.” disse, sem no entanto conseguir esclarecer a proveniência do valor.
Diz estar presa por ser esposa do réu Gregorio Leão, pediu desculpas a algumas pessoas, sugeriu que o alvo do julgamento deviam ser outros actores.
“Este problema Meritíssimo, tem quatro instituições que são: Ministério do Interior, Pescas, o SISE e Ministério da Defesa. O tribunal está aqui para produzir as provas. Enquanto não se chegar as conclusões… ainda somos inocentes… As esposas destes senhores estão aonde? … As pessoas que tinham legitimidade de fazer este endividamento, onde estão as esposas?”, questionou.
A audição da ré Angela Leão prossegue nesta sexta-feira. O assistente ainda tem questões para a ré e depois será a vez dos advogados de defesa.
0 Comentários